-Aqui é a UTI do hospital, não posso deixa-lo por muito tempo, peço que seja breve.
-Certo. –Ele abriu a porta do quarto e então eu entrei devagar, passo por passo, parecia que estava aprendendo a caminhar, minhas pernas estavam amolecidas, mais foi só ver ela que todas as minhas forças voltaram na hora. –Meu amor... –Corri a segurar sua mão. Minha vontade era de fazê-la acordar, arrancar todos aqueles fios e aparelhos ligados nela, era doloroso demais ver ela assim, meu Deus! –Cê é doida muié, porque foi se atirar na frente? Antes tivesse atingido a mim e não em você... Não sabe o quanto me dói te ver assim, deitada nessa cama, desacordada e saber que a culpa foi minha! Acorda vai amor... Temos tanta coisa pra fazer juntos... Tenho uma notícia pra te dar... Mais uma vida além da sua pra mim cuidar... Pra GENTE cuidar. –Sorri. –Ainda não to acreditando, não caiu a ficha... Caramba momô. –Beijei delicadamente a mão dela. –Vou esperar cê acorda pra te conta. Agora eu tenho que ir, o médico não dexa eu fica =( Cê melhora direitinho, só vou sair desse hospital contigo. –Olhei pra ela, ainda dormia como um anjo. Meus olhos desceram e focaram sua barriga... Passei a mão levemente e na hora me veio um sorriso. Cheguei mais pertinho e então sussurrei “Cê tava aí a mais de 1 mês, né espertinho? Eu e a sua mãe aprontamo demais já, cê ta vindo pra faze nóis aqueta, certeza (ri). E quero que venha mesmo... Prometo que vou cuidar dos dois.”. Dei um leve e longo beijinho na barriga nela, e assim meus olhos se encheram de lágrimas. Por alguns segundos me senti o cara mais feliz do mundo, por saber que iria ter um filho com a mulher da minha vida, até esqueci de todos os outros problemas, mais foi só abrir os olhos que então tudo voltou a tona. Suspirei, a olhei por mais um instante e então com o coração na mão, tive que deixa-la.
Bruna
-Eu vou ser tia? É ISSO? Meu Deeeeus! ;’)
-E eu vovô ‘-‘
-E eu vovó ;’)
-E a gente “Tia Dadá”, “Tio Anderson” e “Tio Rober”.
-“Tio Testa”. –Falei e ri. –Mais vamos deixar essas comemorações pra depois, temos que rezar pra Clara reagir bem á esses medicamentos... Luan não vai aguenta se ela acabar... Perdendo o bebê, não vai mesmo.
-Ninguém vai filha... É um momento delicado, mais temos que ser fortes pra ser a base dele. –Pai disse e todos concordaram. Estávamos sentados na sala de espera, quando chegou uma galera tão preocupada quanto nós no momento que chegamos.
-E aí, como ela ta???! –Gutão perguntou.
-Ela ta bem? O que disseram? –Well.
-Ué, cadê o Luan?! –Márcio.
-Como a minha irmã ta?! O que aconteceu? –Valéria.
-Nossos pais já tão vindo, mais como é o estado dela?! –Mabel.
-Diz que a Clara ta bem! –Rafa.
-Caaalma gente! –Mãe falou. –A Clara ta bem, ela ta na UTI mais ta bem... Luan ta lá com ela, foi vê-la... Se acalmem.
-Mais o que aconteceu? Eu não entendi muito bem, a ligação tava ruim. –Valéria disse.
-Eu explico... –Levantei e comecei a falar com todos eles, que estavam super atentos a cada palavra que eu dizia. Depois de uma meia hora, percebi que aquela sala estava completamente lotada com a gente á espera de mais notícias. Depois que já estavam todos mais calmos, vejo o Luan voltando com os olhos vermelhos de tanto chorar, mais com uma expressão melhorzinha da de quando havia entrado.
-E então, como ela ta? –Mãe levantou e todos o olharam, curiosos. Luan tomou um susto quando viu aquela quantidade de gente.
-Ta respirando com a ajuda dos aparelhos =/ Mais ta bem... Conversei de novo com o médico responsável por ela e ele disse que ta tudo indo certo... Ela ta reagindo aos medicamentos =D
-Amém!
-Graças á Deus!
-Que Nossa Senhora Aparecida abençoe! –Todos foram se abraçando, aliviados por saber da noticia. Luan ficou feliz em ver aquela galera ali, do lado dele nesse momento tão difícil, rezando pela recuperação da Clara.
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