Capítulo - 96

-Eu ODEIO brigar com você, eu ODEIO gritar contigo, eu ODEIO isso, ODEIO MESMO. –Ele disse, de cabeça baixa, olhando pro volante. Estava mais calmo.
-Você POR FAVOR, me leva pra casa. Isso se não for “encher muito o seu saco”, ta? –Minha voz já estava embargada, eu tentava controlar pra não chorar, só que era impossível. Ele não disse nada, continuou olhando pro volante, morrendo de vontade de esmurrar ele. Olhei pro céu, o tempo estava fechando, mais mesmo assim, tirei o cinto e abri a porta, de tanta raiva.
-ONDE CÊ VAI?
-Não te interessa, não quero encher o seu saco. –Falei, saindo do carro, caminhando na direção contraria. Minha raiva era tanta que eu não estava nem aí se fosse demorar 10 anos pra chegar em casa.
-Porra Luan!! –Ele mesmo disse, abrindo a porta do carro, querendo se bater. Veio caminhando com passos largos, pra me alcançar. –Vem que eu te levo pra casa.
-Não quero, obrigada. –Continuei caminhando.
-Suas coisa tão no carro...
-Depois você me leva.
-MARRENTA! –Ele disse e eu parei. Aí que o choro veio. Me virei.
-Que mais? –Algumas lágrimas escorriam.
-Como assim? –Ele estava a 5 passos de mim.
-Marrenta, te enche o saco, as coisas só giram em torno do que eu penso, não sei ver o teu lado –Fui contando nos dedos. – o que mais? Anda, fala!
-Extremamente linda, a mulher da minha vida e tudo o que eu sempre quis.
-Porra Luan! –Passei a mão no rosto, limpando algumas lagrimas que insistiam em cair. –Eu fiz de tudo por você, eu vim de SP pra morar aqui, larguei meu emprego lá, viajo todo final de semana contigo, faço tudo o que você quer e ainda só penso em mim?? Sério mesmo? As coisas tem que ser tudo do MEU jeito? É sério MESMO que você pensa assim? To sempre te enchendo o saco? Caramba!
-Eu falei isso tudo de cabeça quente amor!
-Agora é amor né? Certas palavras podem machucar mais do que um ato Luan, eu não esperava ouvir tudo aquilo de você, não mesmo. Tudo bem, posso te entender na questão de não querer ir no casamento. Não quer? Ok, MAIS ME FALA, EU NÃO SOU ADIVINHA, EU NÃO TENHO BOLA DE CRISTAL PRA SABER DISSO, TA? NÃO TENHO!
-EU SEI CARAMBA!
-ENTÃO! O Otávio pode até gostar de mim ainda, do jeito que eu sei que você pensa, mais não foi eu quem ele pediu em casamento, não sou eu quem vai entrar naquela igreja vestida de noiva daqui duas semanas, não sou! Porque é só com você que eu quero que isso aconteça...
-Isso é verdade?
-Quer colocar na minha lista de defeitos “mentirosa”?
-Não.
-Então eu acho que é verdade. –Senti um pingo cair do céu.
-Cê quer terminar comigo Clara? –Ele deu dois passos. Vi outra gota caindo nele, molhando sua camisa vermelha.
-Não.
-Mesmo que cê quisesse, eu nunca deixaria. –Ele correu pra me tomar em seus braços. Então as lágrimas de Deus resolveram cair lentamente, nos abençoando, como se Ele estivesse assistindo a muito tempo aquela cena, torcendo pra que nenhum de nós dois resolvêssemos tentar desistir um do outro novamente, e assim se emocionando com nossa decisão tomada naquele momento. Não deu dois minutos e a chuva parou, abrindo um esplêndido sol naquele céu que parecia sorrir fazendo surgir um arco-íris. Eu desfiz o abraço e olhei pro Luan.
-Dizem que ao final de cada arco-íris, se encontra um pote de ouro. –Sorri.
-Aé? Sabe, eu não preciso disso... Porque a minha maior riqueza, ta bem aqui na minha frente. –Eu sorri novamente, meio sem graça.
-Você não presta, não mesmo...
-Mais você presta, e é por isso que cê me ama... Porque os opostos se atraem. –Ele sorriu e me beijou delicadamente, como se fosse o primeiro, como se nada mais importasse em nossa volta. Luan colocou uma mão em minha nuca, subindo por entre meus cabelos e segurando minha cabeça rente a dele, com a outra fez a volta em minha cintura, me deixando completamente encostada em seu corpo. Nossos sentimentos eram de culpa, por termos brigado daquele jeito, por termos gritado aos 4 ventos um com outro, doeu demais em nós dois as palavras que cada um pronunciou... Só que o amor era demais e passou por cima de mais essa.
-Me desculpa... –Ele disse, nossas testas estavam encostadas, com nossos olhos fechados e os lábios quase se tocando.
-Se você me desculpar primeiro...
-Eu não devia ter gritado daquela forma contigo, muito menos ter dito tudo aquilo... Doeu demais em mim, pode ter certeza...
-Eu digo o mesmo amor...
-Eu vou com você nesse casamento....
-Nã...
-Sim, eu vou... Cê vai ser a madrinha mais linda daquele casamento, vai deixar aquela noivinha de araque no chinelo, e eu vou ser o cara mais feliz por estar do teu lado, te acompanhando e mostrando pra todo mundo que a minha neguinha é a mais top de todas. –Ele sorriu e eu também.
-Eu amo você.
-Te amo mais ainda minha linda, mais ainda...

Depois disso tudo o que aconteceu, voltamos pra casa dele. Luan dirigiu com calma, sem pressa, conversando comigo numa boa, sem brigar os discutir novamente.
Chegamos lá e a Bruna veio direto perguntar o que aconteceu, depois com mais calma eu expliquei pra ela e claro, quase teve um treco ouvindo tudo, mais ficou feliz em saber que tínhamos nos resolvido. Aquela noite Luan me levou pra jantar, dormimos no meu apartamento e no outro dia viajamos pra ES, onde ele tinha show.
Compramos nossas roupas pro casamento juntos, ele todo de terno, gravata, calça social e tudo mais... Eu com um vestido super longo.
Porque que tudo não poderia dar certo nesse casamento? Porque teve que dar errado muito antes, pouco antes, durante e depois? Só pra complicar a vida mesmo.
Conto pra vocês como aconteceu, amanhã =/

Ixi...  ;x

Cliquem aqui embaixo o que acharam amors!

Beijos, até amanhã *.*