Capítulo - 103

-Eu não tenho como ir pra NY.
-Muito menos eu. –Arnaldo concordou.
-É só uma semana gente! –Anderson disse.
-Luan vai pira comigo, não dá, é sério...
-E eu tenho compromissos inadiáveis pra esses dias Anderson, realmente não tenho como ir. Porque o Rafael ou a Juliana não vão??
-A Juliana recém entrou na de SP, no lugar da CLARA. O Rafael tem outras coisas pra resolver. –Fiquei olhando pra mesa, não queria encontrar o olhar do Anderson, porque ele estava furioso comigo. Lá em NY, iria ter algumas reuniões com pessoas importantes do ramo de contratantes. Na real, esse era o trabalho dele, não meu ou dos outros, mais nessa semana das reuniões ele estaria em Portugal fechando outros shows, então sobrou pra alguém de nós. –Clara.
-Eu.
-É você quem vai ter que ir.
-Anderson, o Lu...
-Não me interessa Clara, eu sei muito bem que vocês dois namoram, só que eu sinto em lhe dizer, mais você ta deixando o seu trabalho a desejar em muitas partes. Se mudou pra Londrina pra tentar conciliar tudo, mais ta difícil te ver algum dia aqui na Central.
-Eu já conversei com ele sobre isso, mais você o conhece, sabe como são as coisas, eu...
-Não posso fazer nada Clara, é do seu trabalho que estamos falando agora, o Luan faz parte da sua vida pessoal, então, peço o favor que se decida logo.
-Ta me dizendo pra escolher entre o meu trabalho ou o Luan???
-É você quem ta dizendo isso, Clara. Só que, se você optar por não ir pra NY, sinta-se dispensada da Equipe Luan Santana.
-O QUE? –Ele levantou as mãos, do tipo “não posso fazer nada”. Eu sei que de certa forma, ele estava certo.
-Vai ou não?
-Posso te dar a resposta mais tarde, Anderson? –Ai que raiva.
-Até o fim da tarde.
-Com licença. –Me levantei e saí da sala de reuniões.
Passei o resto da manhã bufando de raiva. Estava tudo complicando de novo, era verdade, eu não conseguia trabalhar e acompanhar o Luan, eram ritmos diferentes e muitas vezes eu acabava me perdendo. Pensei muito no que fazer, até que meu horário de almoçou chegou.
Peguei o carro e fui pra casa, Luan passou a manhã toda dormindo lá, aquele sem serventia.
Cheguei e ele estava tomando banho, cantando no chuveiro ‘-‘
-Amor, cheguei! –Gritei na porta.
-Já to saindo!
-Ta.
Peguei uma água, sentei na mesa e tomei alguns goles, até que ele saiu enrolado na toalha.
-Oi moRzinho. –Ele veio me beijar.
-Oi. –Sorri.
-Que aconteceu?
-Vamos almoçar que eu te falo.
-Ta, peri. –Luan me deu um selinho e correu pro quarto se arrumar. Depois de alguns minutos ele apareceu, então descemos e fomos naquele restaurante perto do prédio almoçar. Sentamos em uma mesa afastada, tinha uma vista pra um lago enorme, muito lindo. Luan começou a ficar preocupado pois via que eu não estava muito bem.
Fizemos o pedido e então ele perguntou novamente o que tinha acontecido.
-Eu vou ter que ir pra NY.
-Fazer o que??
-Ir no lugar do Anderson, porque ele vai ta em Portugal...
-Ah mais não vai memo!! Porque o Arnaldo ou o Rafael ou até aquela muié nova que entro na Central de SP não vai? Cê não precisa e nem vai.
-Aí é que ta, nenhum deles pode ir...
-Ah daí cê que vai?!
-É... –Olhei pra baixo.
-Tem mais coisa, eu sei que tem. Fala... –Ele pegou minha mão e começou a fazer carinho nela.
-Eu não to conseguindo conciliar você e a Central de novo Luan... Não ta dando certo de novo. –Quase chorei.
-Ei ei, calma! Não fica assim, não precisa se preocupar com isso...
-Eu preciso sim, porque é meu trabalho e eu amo aquilo lá, só que amo você também. Eu tentei dizer que não iria pra NY, só que como os meus motivos eram menores perto aos dos outros, Anderson disse que se eu não fosse pra lá, eu estaria fora da Equipe.
-COMO É QUE É? Não, o Anderson não disse isso pra você, ele não pode ter dito isso!
-CALMA! Luan, ele tem razão... A gente sabe que tem.
-Mais não precisa dizer isso, porque se depender de mim, cê nunca vai sair da minha equipe, jamais!
-O que você quer que eu faça? Fique com você ou trabalhe?
-Não me pergunta isso...
-Não vou deixar você Luan, até porque eu estaria deixando a mim mesma se fizesse isso... –Percebi um sorriso aparecer naquele rostinho de bolacha dele. –Eu vou fazer essa viagem, eu vou pra NY, mais quando eu voltar, vou sair da Central.
-Eu posso sentir em mim o quanto isso ta doendo em você... –Eu assenti, com lágrimas nos olhos. –Mais posso dizer uma coisa que talvez vá te acalmar um pouquinho?
-Pode...
-Não é certo... Mais talvez a Central daqui de Londrina vá fechar.
-HÃ?
-Ia dar na mesma amor, de qualquer jeito...
-Porque cê nunca me falou isso?
-Porque eu só fiquei sabendo disso semana passada, e não falei porque não é certo.
-Mais porque fecharia?
-É que não tem necessidade de duas Centrais, entende amor? O Anderson que me disse is... –Ele me olhou, arregalando os olhos.
-Que foi?
-TA AÍ Ó! Por isso que ele falou contigo desse jeito... Porque ele sabe que a Central vai fechar, ta só te livrando antes de tudo acontecer.
-Será? –Franzi a testa.
-Só pode. Anderson gosta de você amor, ele já me disse isso várias vezes, até antes da gente começar a namorar. –Luan sorriu e tomou um gole de suco. –E olha... Eu sei o quanto cê gosta de trabalha com as Fãs, de ta no meio delas e tudo mais... Admiro muito isso em você... Mais só porque cê vai sair da Central, não quer dizer que isso vai mudar, ta? –Eu assenti e sorri, me sentindo melhor. –E deixo cê ir pra NY u.u (risos)
-Eu amo você!
-Também te amo minha neguinha ~selinho~
Então o nosso almoço chegou, finalmente. Nós dois comemos e conversamos um pouco mais sobre isso. Realmente fiquei me sentindo muito melhor, porque de um jeito ou de outro, eu ia ter que sair da Central, querendo ou não, porque voltar pra de SP, nem eras né.
Logo após o almoço, Luan foi pra casa dele e eu voltei pro trabalho, avisei que iria sim pra NY.
-E ah... Entendi o porque, ta? –Falei.
-Luan falou, não é? –Anderson sorriu levemente.
-Falou...
-Que bom que entendeu Clara.  –Ele me deu um abraço. –Você fez um ótimo trabalho com a gente. Mesmo.
-Obrigada. –Sorri.
-Depois te passo as coisas da viagem.
-Ok.