“Oi Luh, é a Jéss.. haha Bateu uma saudade de
você, sabia? Tava aqui pensando e lembrando daquela noite em SC que ficamos
juntos, foi tão tão bom! Sei que você ta com a Clara, mais não custa nada fazer
um replay naquilo tudo, né? *-* To com saudades bb, beijo.”
Eu não disse NADA, eu não conseguia, de tanta RAIVA que eu estava sentindo.
Larguei aquele celular na cama, corri a colocar minhas roupas. Luan entrou em
desespero me vendo ir embora sem nada a dizer.
-CLARA, O QUE ACONTECEU? ONDE CÊ TA INDO? CLARA! –Peguei minha mochila, desci
as escadas correndo, chorando demais, peguei as chaves do carro. Ao sair, vi
ele na sacada com o celular na mão, me olhando ir embora, não sei se estava
chorando ou o que, não dava pra ver, já era noite. Manobrei o carro e segui rua
afora.
Chovia tanto, mais tanto! Era um temporal daqueles, mais mesmo assim, quis
dirigir. Eu nunca mais queria ver o Luan na minha VIDA! Como ele pode? Como ele
conseguiu transar com a Jéss depois de ter me beijado em SC naquela noite?
COMO?
Eu queria que o mundo explodisse, que
tudo acabasse. Eu não conseguia parar de chorar nem por 1 segundo, não dava.
Olhei no retrovisor e o Luan estava atrás de mim, reconheci o carro. Ele ainda
tem coragem de vir atrás??? É um cara de pau mesmo, idiota.
Luan tentava ultrapassar, mais eu não deixava, ia mais rápido ainda. Chovia
muito, quase não dava pra enxergar a estrada. Ele fazia sinal com a luz, mais
eu não dava bola. A raiva que eu sentia era maior que tudo naquele momento.
De repente, avisto uma enorme árvore
caída bem no meio da estrada, NÃO TINHA como seguir, fui obrigada a parar no
acostamento. Bati várias vezes no volante, de tanta raiva.
Abri a porta e o Luan também estacionou rapidamente, saí caminhando na chuva.
Ele desceu do carro, vindo atrás de mim. Eu já nem sabia mais o que estava
fazendo. Cheguei naquela árvore super enorme e então desabei, como ela. Fiquei
ajoelhada na estrada, chorando tanto que mal conseguia abrir os olhos.
A chuva caía sobre mim, sem dó nenhuma. Luan veio correndo a me abraçar.
-Sai dessa chuva...
-SAI VOCÊ DAQUI!
-Você precisa me escutar Clara...
-ESCUTAR PRA QUE? PRA VOCÊ ME MENTIR MAIS UM POUCO? PRA VOCÊ ME ENROLAR MAIS
UMA VEZ? PRA QUE? SAI DAQUI E AGORA, EU NÃO QUERO TE VER NUNCA MAIS! Vai embora
Luan, vai pra tua vida, vai pra Jéss! VAI!
-Me perdoa meu amor, me perdoa! Aquilo não significou nada pra mim!
-Assim como nosso primeiro beijo.
-Não fala isso!
-Se tivesse significado algo pra você Luan, não teria ido PRA CAMA com aquela
vadia logo depois. EU nunca signifiquei nada pra você, não é? –Me levantei.
-Não vai embora, me perdoa, a gente tem que conversar, você tem que me ouvir,
não leva isso tão a sério assim, pelo amor de Deus Clara!
-Eu vou, e pra sempre. –Voltei pro carro. Ele continuou ali na estrada, naquela
chuva, me olhando ir embora, chorando feito criança. Eu já não tinha mais
coração naquela hora, não tinha.
Fui dirigindo aos prantos pra SP. Quando cheguei em casa, as meninas se
apavoraram ao me ver. Explicar e contar tudo foi o que mais doeu, eu não tinha
mais forças pra nada, eu já não tinha mais nem lagrimas pra chorar. Fui direto
pro meu quarto, as meninas ligaram pra Rafa que foi correndo pra lá.
O telefone de casa não parava de tocar, era ele, todas as vezes. Valéria atendeu
e pediu pra parar, porque eu não queria nem a pau falar com ele, muito menos
vê-lo. Mais mesmo assim, ele teve a capacidade de ir lá. Elas que abriram a
porta, mais não o deixaram entrar.
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