Capítulo - 2

-Ah sim, pra que? Pra você pega as suas loiras, lindas, maravilhosas, gostosas, burras e que querem faminha e eu ficar lá, mosqueando? Não, obrigada, prefiro fica em casa se matando no brigadeiro com filme idiota de romance que no final vivem felizes para sempre.
-Cara... –Ele riu. –Eu não pego ninguém hoje, juro.
-Ah cala boca, como se eu não te conhecesse!
-Eu PROMETO! –Luan juntou as mãos. –Vamoooo, por favor, bora lá, cê vai esquecer rapidão esse cara. Diz que sim, diz que siiiim!?
-Mais e se eu não quiser esquecer ele? =[
-AVE MARIA!
-TA, eu vou =/
-Aeee! –Ele bateu palmas. –Passo aqui de noite, ta? Se arruma bem bonita, da um jeito nesses cabelo aí... –Ele passo a mão em meus cabelos, os deixando TOTALMENTE bagunçados.
-Obrigada.
-De nada. –Ele riu. –Agora eu vo nessa.
-Vai, me abandone, me deixe no frio, na solidão, na chuva, alone, VAI! –Falei, fazendo drama, estendendo a mão e ele em pé.
-Nass, cê ta mal hein? (risos)
-Palhaço, não entende mesmo meu momento de depressão =[ Que tipo de amigo é você hein?
-O melhor uai, o seu melhor u.u
-Ta, vai embora convencido, vai indo. –Levantei e fui o empurrando pra porta e ele rindo.
-Tchau sua besta.
-Tchau insuportável.  –Ele me abraçou e saiu na porta.
Eu e o Luan éramos muito amigos, tipo, MUITO amigos MESMO! Desde que eu comecei a trabalhar na Central de Londrina e depois parti pra de SP, viramos praticamente amigos de infância. Eu trabalhava fazendo a mesma coisa que o Arnaldo Jr, depois que abriu uma filial em SP, fui transferida pra lá, pra ficar junto com o Rafael. Eu amava trabalhar na Central, amava realizar sonhos, amava o carinho dos Fãs, eu simplesmente amava aquele mundo!
Meus pais moravam no RS, na capital. Depois que terminei a faculdade, parti procurando trabalho, e me encaixei perfeitamente na Equipe LS. Com a mudança pra SP, acabei comprando um apartamento pra mim lá, minhas duas irmãs, Mabel e Valéria, dividiam o apê comigo. Pensa numa tristeza pra sair da casa dos pais? Porque afinal, as 3 filhas saíram duma vez só, foi complicado deixar até o nosso estado de coração também.
Foi meio estranho pra elas acostumarem com a minha amizade com o Luan, porque né... “É O LUAN SANTANA”.
Quando fui morar em Londrina, conheci o Otávio. Ele tem um consultório odontológico lá, então quando foi pra me mudar pra SP... Não queiram saber a briga que deu. A gente praticamente tinha terminado! Mais aí voltamos e tal. Meu pais adoravam o Otávio, ele é super querido. Quando quer. É como o Luan disse “a gente vive brigando”. Ele implica com tudo, implica pra ir pra SP me ver, implica quando eu vou acompanhar a equipe nos shows, implica quando vou pro RS ver meus pais, implica com o meu trabalho, COM TUDO! Mais mesmo assim, eu gostava dele... Sabe quando tu sente que ta errado, que tu não merece alguém desse jeito mais algo te prende nela? É bem assim que eu me sentia. Luan me xingava por eu ficar com o Otávio, mais eu não dava bola, ele pegava tanta perua e eu nunca falei nada. E não, NUNCA rolou nada entre eu e aquele besta, a nossa relação era de amizade mesmo, uma grande amizade. Luan era um irmão cara, meu “bródi” rsrs.

Luan tinha ido embora, meu animo pra sair estava la embaixo, afinal, tinha brigado com o Otávio, porque ele queria que eu fosse pra Londrina, em pleno domingo, e eu não quis, porque não daria tempo de voltar, eu trabalhava segunda de manhã cedo na Central. Isso foi a uma semana. Luan tinha show na sexta em SP, mais veio na quinta pra poder me ver e me “consolar”. Mentira, ele veio pra me jogar na cara mesmo que o Otávio não presta.
Depois que ele foi embora, me afundei num pote de sorvete com Coca. A noite chegou e eu fui tomar banho, pra me arrumar. Estava fazendo escova quando o telefone tocou.